quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Martina


Há dois meses eu tive a prova de amor a primeira vista existe. Não, não é aquela paixão de adolescente ao ver uma pessoa atraente. É AMOR mesmo, com letras maiúsculas, puro e simples.

De uma hora para outra, ao ver aquele pedacinho de gente na minha frente o meu coração se encheu de alegria. De repente, eu tive a mesma vontade da menina de três anos que enquanto via o seu irmãozinho no aquário(1) falava: “Tira ele de vidro vovó”.

Na ansiedade de não perder nenhum minuto da vida que acabava de nascer, nem consegui agradecer para a mãe da Rafa por ter aguardado horas, ansiosa junto com a gente, pela chegada da Martina. E desejar para ela que a sua filha seja tão linda e especial quanto a nossa menininha.

Também espero que a Dora, companheira de maternidade da Martina, seja tão amada quanto ela.


Mas voltando ao amor... Acontece que o nojo de trocar uma fralda suja, se foi e ficou só o desejo de ver a princesinha limpa e confortável. O medo de segurar no colo se foi, e ficou só a vontade de ficar o mais perto possível, grudadinha, aconchegando ela no meu peito.
Um amor que torna melhor deixar todos meus compromissos e necessidades de lado, para que a Martina tenha toda atenção do mundo. E a saudade que dá, mesmo quando ficamos um dia só separadas...

Vim aqui para dar parabéns para o bebê, mas antes para agradecer pela a presença deste anjinho tão especial na minha vida.

A tia Bu te ama muito princesa.


(1)Vidro de onde os familiares podem ver as primeiras horas do bebê que acaba de nascer.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Convite de Casamento

Esta crônica do Antônio Prata publicada na Revista Wish reflete muito bem a história da temida lista de convidados... Quem já passou desta fase, vai se identificar em vários pontos... Espero que gostem.


Convite de Casamento

O que eu posso te dizer, Joana? Desculpa? Foi mal? Insistir que você é uma amiga querida? Que eu te adoro? Mas de que adianta, agora que o casamento já passou e você não foi convidada?

Joana, você não sabe a confusão que é organizar um casamento. Se eu fizesse tudo de novo, além de uma wedding planner, teria contratado um diplomata, um egresso do Itamarati, formado em acordos e desacordos comerciais em Davos, Doha e Washington, só para administrar as complexas relações envolvidas na produção da festa. Nas mãos do meu private Barão do Rio Branco, jogaria a mais espinhosa das tarefas: a elaboração da lista. Ah, Joana, o coração é grande, mas a grana é curta, as famílias são numerosas e como vamos espremer todo mundo debaixo do mesmo toldo, com o preço do metro quadrado?!

Eu tinha cá pra mim que o casamento era uma celebração para a qual você chamava as pessoas mais queridas que havia trombado durante a vida. Mais ou menos como um final de novela, em que todos os núcleos se encontram e brindam, numa grande festa. Antes de chegar nas escolhas afetivas, contudo, tem a lista obrigatória. As famílias, dos dois lados: tios, tias, primos, primas. Sem contar os maridos, esposas, namorados e namoradas, de todo mundo. (E hoje em dia, você não acredita, Joana, até primo de onze anos tem namorada). Só aí, minha cara, já foram quase 60% dos bem-casados. Depois, vem o pessoal do trabalho. E o pessoal do trabalho antigo. Quando você vai ver, sobraram 20 convites para os amigos e uns 30 abacaxis no seu colo. Quem é mais importante? O Pedro, que foi meu melhor amigo da primeira à oitava série, mas que hoje vejo muito pouco? Ou o Marcos, que conheço há apenas seis meses, mas em cuja casa jantei na penúltima quinta? E como fazer para chamar só três do futebol, que eu jogo toda a quarta-feira? Se convidar um, tem que convidar os 11, que são 22, com as esposas, e 29, com os filhos. Não dá pra convidar algumas pessoas e pedir sigilo absoluto: dizer, “ó, queridão, vou casar escondido em janeiro, ninguém tá sabendo, por favor, não espalhe. Seria ridículo e, pior, inútil.

Joana, veja a que ponto cheguei: um mês antes da festa, ao saber que o relacionamento de um casal de amigos não ia muito bem, peguei-me torcendo para o divórcio. Assim, não precisaria convidar o marido, de quem nunca havia sido muito próximo, e teria mais uma cadeira vaga, para ser preenchida por alguém que eu escolhesse. (Alguém solteiro, evidentemente, posto que apenas um lugar teria sido liberado).

Se isso serve de consolo, te digo que seu nome sobreviveu, incólume, a três carnificinas. E foi só no último corte da lista – quando um tio-avô de Pelotas resolveu convidar-se, trazendo com ele a tia avó, seis filhos e uma primaiada sem fim – que você saiu. Pois, Joana, por mais querida que você seja, há de entender: é uma amiga avulsa. Nós nos conhecemos naquele acampamento Carroção, em 1987. Era melhor tirar você do que partir uma turma ao meio, do que separar maridos e esposas, pais e filhos, laterais de centroavantes, compreende? Não, talvez você não compreenda. Que que eu posso fazer?

Ah, Joana, se eu casasse de novo, desistia de chamar a turma do futebol, nunca mais aparecia para jogar e chamava você. Pronto. Mas agora é tarde, Inês é morta, ou melhor, ficou de fora da festa. Espero que, como reparação, você aceite esta crônica e o convite antecipado para as bodas de prata, a realizarem-se em junho de 2035, em local ainda a definir. Pode levar seu marido, seus futuros filhos e netos, caso os tenha, e mais meia dúzia de amigos à sua escolha. Desculpa, Joana. Foi mal. Você é uma amiga querida e eu te adoro. Que mais posso te dizer?

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011